Infância contemporânea: institucionalização e cerceamento

Autores/as

Palabras clave:

Infância, Criança, Invenção, Desaparecimento, Transformação

Resumen

A infância é definida como um período único e especial do desenvolvimento humano, no qual a criança tem o direito de brincar, aprender e ser protegida dos perigos e responsabilidades da vida adulta. Trata-se de um conceito humanista, construído no período que vai da idade moderna até meados do século XX. E, por se tratar de um fenômeno historicamente demarcado, a infância não é uma concepção estanque, sendo determinada por processos sociais e culturais. Nas últimas décadas presenciamos alterações significativas na vida das crianças, levando alguns autores a se questionar: a infância, tal qual foi concebida pela humanidade, estaria acabando? Ou estaria apenas se transformando? O presente artigo trata-se de um ensaio teórico que tem o objetivo de analisar criticamente algumas transformações sofridas pela infância nas últimas décadas, procurando refletir se estamos diante de um desaparecimento ou de uma nova modalidade de infância na sociedade atual. A conclusão é que vivemos uma situação complexa: por um lado, há evidências para sustentar a tese do desaparecimento da infância na medida em que as crianças têm uma vida muito semelhante à dos adultos em vários quesitos: acesso quase irrestrito à mídia/eletrônicos, comportamento consumista e vida regulada por agenda, além de sofrerem de stress, obesidade e serem diagnosticadas com transtornos psiquiátricos, recebendo tratamento medicamentoso. Por outro lado, as crianças nunca foram tão valorizadas enquanto projetos de vida dos adultos. No entanto, tratam-se de adultos que terceirizam sua educação, havendo uma supervalorização do ensino formal e da escola de maneira geral, na qual se coloca em segundo plano a dimensão presente da infância em nome de um projeto futuro de cidadão bem sucedido. Ou seja, se a infância realmente está em declínio, não se trata de um retorno ao padrão da idade média, uma vez que a criança de hoje não vive uma vida misturada aos demais adultos da sociedade, mas experimenta uma infância essencialmente institucionalizada, confinada e controlada.

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Biografía del autor/a

Marcos Alan Viana, USP

Doutorando em psicologia escolar e do desenvolvimento humano (USP). Mestre em psicologia (UFPR). Graduação em psicologia (UFPR). Possui experiência de 15 anos nas áreas de psicologia escolar e desenvolvimento humano, com ênfase em psicologia moral.

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Publicado

2019-02-20

Cómo citar

Viana, M. A. (2019). Infância contemporânea: institucionalização e cerceamento. Revista PsicoFAE: Pluralidades Em Saúde Mental, 7(2), 47–68. Recuperado a partir de https://revistapsicofae.fae.edu/psico/article/view/203

Número

Sección

Artigos