Silêncios que Ecoam: Narrativas grupais de adolescentes usuárias de um CAPSi a respeito de aspectos relacionais do gênero feminino
Keywords:
saúde mental, gênero feminino, narrativas de gênero, adolescência.Abstract
Os grupos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) promovem espaços dialógicos que favorecem trocas e ressignificações de experiências subjetivas e coletivas de seus usuários. Na adolescência, o processo de construção de identidade envolve o exercício da diferenciação que integra dimensões culturais, políticas, familiares, relacionais e sociais. Esta pesquisa, realizada em um CAPSi com usuárias adolescentes entre 14 e 17 anos, buscou analisar as narrativas sobre temáticas de gênero, ao longo de intervenção psicossocial com 10 encontros. Como resultados da Análise de Conteúdo foram encontradas três categorias: “Conflitos Geracionais”; “Corpo Público” e “Silêncios que Ecoam”. Estes achados demonstraram que as adolescentes apresentam dificuldades em exercitar a diferenciação, além de constatar que as opressões relacionadas ao gênero feminino ainda ocorrem em diversos espaços e sistemas.
Downloads
References
Amarante, P., & Nunes, M. O. (2018). A Reforma Psiquiátrica no SUS e a Luta por uma Sociedade sem Manicômios. Ciência & Saúde Coletiva [online], 23(6), 2067-2074. DOI:10.1590/1413-81232018236.07082018
Anderson, H. (2016). Algumas Considerações sobre o Convite Ao Diálogo. Nova Perspectiva Sistêmica, 25(56), 49-54.
Anderson, H. (2017). Diálogo: Pessoas criando significados umas com as outras e encontrando maneiras de continuar. In M. Grandesso (Org.), Práticas Colaborativas e Dialógicas em Distintos Contextos e Populações: Um diálogo entre teorias e práticas (pp. 93-103). CRV.
Andrade, L., Mauch, A., Costa, J., Silva, K., Almeida, L., Araújo, S., Souza, S., Nunes, T., & Souza, V. (2020). A Utilização das Redes Sociais Digitais no Cuidado Psicossocial Infantojuvenil, diante da Pandemia por Covid-19. Health Residencies Journal, 1(2), 44-61. DOI: 10.51723/hrj.v1i2.12
Antoni, C., & Koller, S. H. (2000). A Visão de Família entre as Adolescentes que Sofreram Violência Intrafamiliar. Estudos de Psicologia (Natal), 5(2), 347-381. DOI: 10.1590/S1413-294X2000000200004
Butler, J. (2003). Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Civilização Brasileira.
Campos, G. W. D. S. (2000). Saúde pública e saúde coletiva: campo e núcleo de saberes e práticas. Ciência & Saúde Coletiva, 5(2), 219-230. DOI: 10.1590/S1413-81232000000200002
Campos, I. O. (2015). Saúde Mental e Gênero em um CAPS II de Brasília: Condições sociais, sintomas, diagnósticos e sofrimento psíquico [Tese de Doutorado, Universidade de Brasília].
Campos, I., & Zanello, V. (2016). Saúde Mental e Gênero: o sofrimento psíquico e a invisibilidade das violências. Vivência: Revista de Antropologia, 1(48), 105-117. DOI:10.21680/2238-6 009.2016v1n48ID11505
Cardoso, J. (2018). Implicações Padrão Barbie: Sentidos que meninas adolescentes atribuem aos padrões de estética e idealização do corpo [Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, Universidade do Sul de Santa Catarina]
Carreteiro, T. (2010). Adolescências e Experimentações Possíveis. In M. Marra, & L. Costa (Org.), Temas da clínica do adolescente e da família (pp. 15-24). Ágora.
Carvalho, J. B., & Melo, M. C. (2019). A Família e os Papeis De Gênero na Adolescência. Psicologia & Sociedade, 31, 1-14. DOI: 10.1590/1807-0310/2019v31168505.
Carvalho, A. C. N.; Amparo, D. M., & Nogueira, R. N. (2019). O Grupo de Escuta como um Dispositivo Clínico em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II). Psicologia Clínica, 31(1) 123-143. DOI: 10.1590/S1413-81232010000400023.
Cavalcante, R. B., Calixto, P., & Pinheiro, M. M. K. (2014). Análise de Conteúdo na Modalidade Temática: considerações gerais, relações com a pergunta de pesquisa, possibilidades e limitações do método. Informação & sociedade: estudos, 24(1), 13-18.
Cerqueira-Santos, E., Melo, O. C., & Koller, S. H. (2014). Adolescentes e Adolescências. In L. F. Habigzang, E. Diniz, & S. H. Koller (Org.), Trabalhando com adolescentes: Teoria e intervenção psicológica (pp. 17-29). Artmed.
Constituição (1988, 5 outubro). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Senado.
Conti, M. A., Bertolin, M. N. T., & Peres, S. V. (2010). A Mídia e o Corpo: O que o jovem tem a dizer?. Ciência & Saúde Coletiva, 15(4), 2095-2103. DOI: 10.1590/S1413-8123201000040002
Copetti, A. V. S., & Quiroga, C. V. (2018). A Influência da Mídia nos Transtornos Alimentares e na Autoimagem em Adolescentes. Revista de Psicologia da IMED, 10(2), 161-177. DOI: 10.18256/2175-5027.2018.v10i2.2664
Costa, P. H. A. D., Colugnati, F. A. B., & Ronzani, T. M. (2015). Avaliação de serviços em saúde mental no Brasil: revisão sistemática da literatura. Ciência & saúde coletiva, 20(10), 3243-3253.
Giacometti-Rocha, E., & Mill, D. (2018). Análise em gênero, educação e tecnologias nas preferências e percepção de adolescentes em acesso à Internet. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 18(2), 569- 587. DOI: 10.12957/epp.2018.38813
Gonzaga, D. K., & Guanes-Lorenzi, C. G. (2019). Práticas colaborativas para intervenção em grupo com adolescentes e profissionais de saúde sobre sexualidade. Nova Perspectiva Sistêmica, 28(65), 82-97. DOI: 10.38034/nps.v28i65.539
Lei no 10.216, de 6 de abril de 2001. (2001). Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial da União. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm
Lima, E. F. (2018). Negritudes, Adolescências e Afetividades: Experiências afetivo-sexuais de adolescentes negras de uma periferia da cidade de São Paulo [Dissertação de Mestrado, Universidade do Estado de São Paulo].
Lion, C. M. (2017). Caminhando no contexto das práticas colaborativas e narrativas: experiências profissionais transformadas. Nova Perspectiva Sistêmica, 26(57), 21-36.
Lordello, S. R., & Costa, L. F. (2013). A Metodologia Qualitativa no Estudo do Abuso Sexual Intrafamiliar. Revista Psicologia e Saúde, 5(2), 127-135.
Lordello, S. R., & Mauch, A. G. D. (2020). Psicoterapia de Adolescentes e Jovens: Práticas dialógicas e terapia narrativista como dispositivos clínicos. In D. M. Amparo, R. A. Morais, K. T. Brasil, & E. R. Lazzarini, Adolescência Psicoterapias e Mediações Terapêuticas na Clínica dos Extremos (pp. 425-437). Technopolitk.
Louro, G. L. (1997). Gênero, sexualidade e educação. Vozes.
Macedo, E.O. S., & Carvalho, A. S. A. V. (2019). O Atendimento Psicológico ao Adolescente e o Caráter Terapêutico da Orientação de Pais: Estudo de caso em terapia sistêmica individual. Nova Perspectiva Sistêmica, 28(64), 61-81. DOI: 10.21452/2594- 43632019v28n64a05
Magalhães, J. R. F. D. (2015). Violência intrafamiliar: História oral de adolescentes [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal da Bahia].
Mayorga, C., Coura, A., Miralles, N., & Cunha, V. M. (2013). As Críticas ao Gênero e a Pluralização do Feminismo: Colonialismo, racismo e política heterossexual. Estudos Feministas, 21(2), 463-484. DOI: 10.1590/S0104-026X2013000200003
McNamee S. (2018). Profissionais como pessoas: encontros dialógicos para a transformação. In M. A. Grandesso (Org.), Colaboração e Diálogo: aportes teóricos e possibilidades práticas (pp. 75-95). CRV.
Minayo, M. C. D. S. (2007). O Desafio do Conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. HUCITEC.
Moreira, M. I. C., & Sousa, S. M. G. (2012). Violência Intrafamiliar contra Crianças e Adolescentes: Do espaço privado à cena pública. O social em Questão, 28, 13-25. ISSN: 2238-9091
Morgan, A. (2017). O que é Terapia Narrativa?. Centro de Estudos e Práticas Narrativas.
Narvaz, M. G., & Koller, S. H. (2004). Famílias, Gêneros e Violências: Desvelando as tramas da transmissão transgeracional da violência de gênero. In M. N. Strey, M. P. R. Azambuja, & F. P. Jaeger, Violência, gênero e políticas públicas (pp. 149-176). EDIPUCRS.
Narvaz, M. G., & Koller, S. H. (2006). Metodologias Feministas e Estudos de Gênero: Articulando pesquisa, clínica e política. Psicologia em Estudo, 11(3), 647-654. DOI: 10.1590/S1413-73722006000300021
Oliveira, M. D. S. (2016). Ser menina: um olhar bioecológico para o gênero feminino na infância e na adolescência [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul]
Queiroz, I. S. de, & Prado, M. A. M. (2018). Pesquisa Narrativa com Mulheres que Usam Drogas: uma experiência etnográfica feminista. Psicologia USP, 29(2), 226-235. DOI: 10.1590/0103- 656420170102
Rasera, E. F., & Japur, M. (2004). Desafios da aproximação do construcionismo social ao campo da psicoterapia. Estudos de Psicologia (Natal), 9(3), 431-439.
Rodriguez, S. N., & Damásio, B. F. (2014). Desenvolvimento da Identidade e Sentido de Vida na Adolescência. In L. F. Habgzang, E. Diniz, & S. H. Koller, Trabalhando com adolescentes (30- 41). Artmed.
Sanchez, L. P., Ávila, M. R., & Castañeda, G. (2018). Sororidade: Fio que entrelaça histórias de resistência coletiva perante a velhice e o corpo feminino. Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, 6(Supl. 1), 386-393. DOI: 10.18554/refacs.v6i0.2400
Senna, S. R. C. M., & Dessen, M. A. (2015). Reflexões sobre a Saúde do Adolescente Brasileiro. Psicologia, Saúde e Doenças, 16(2), 223-235. DOI: 10.15309/15psd160208
Shimoguiri, A. F. D. T., & Serralvo, F. S. (2017). A Importância da Abordagem Familiar na Atenção Psicossocial: Um relato de experiência. Nova Perspectiva Sistêmica, 26(57), 69-84.
Sousa, P. S. M. (2020). Adolescência e Atos Autoagressivos: O grupo da diversidade como dispositivo de cuidado em saúde mental [Tese de Doutorado, Universidade de Brasília].
Tilio, R. (2014). Teorias de gênero: principais contribuições teóricas oferecidas pelas perspectivas contemporâneas. Revista Gênero, 14(2), pp.125-147. DOI: https://doi.org/10.22409/rg.v14i2.626
Zanello, V., Fiuza, G., & Costa, H. S. (2015). Saúde Mental e Gênero: Facetas gendradas do sofrimento psíquico. Fractal, 27(3), 238-246. DOI: 10.1590/1984-0292/1483.
