ANÁLISE DOS PROGRAMAS DE SAÚDE VINCULADOS AO SUS PARA PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA EM CURITIBA
Keywords:
CAPS, Saúde Mental, AutismoAbstract
Desde 2012, a pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é considerada pessoa com deficiência, passando a ter à sua disposição, no Sistema Único de Saúde (SUS), um tratamento que contemple a realidade desse indivíduo, bem como o acesso ao diagnóstico precoce. Esta pesquisa teve como objetivo caracterizar os processos de diagnóstico e tratamento ofertados pelas instituições da rede SUS, prestando atendimento especializado em Curitiba. A pesquisa envolveu análise documental e entrevistas com responsáveis das instituições de atendimento. Realizou-se a análise de prontuários de 1197 usuários com TEA dos Centros de Apoio Psicossocial – Infantil (CAPSi) e Ambulatório Enccantar entre os anos de 2015 e 2018. Na amostra nota-se que usuários se concentram em maior quantidade na faixa etária de 7 a 12 anos (41%), havendo maior predomínio do sexo masculino (71%). Cerca de 39% dos usuários iniciaram o serviço entre 0 e 6 anos. O tempo de permanência médio dos usuários nos casos em que houve alta foi de 17 meses. Em Curitiba, os atendimentos oferecidos dividiram-se em Grupo de TEA (60%), Atendimento Individual (23%) e Grupo de Pais (18%) nos CAPSi e Atendimento Individual no Ambulatório Enccantar. Resultados sugerem discordância entre o previsto em documentos e o serviço prestado, e baixa permanência dos usuários no serviço, todavia verifica-se um atendimento focado no indivíduo, com vistas à promoção da socialização. O serviço presta atendimento a um número expressivo de indivíduos, no entanto acredita-se que investimentos na capacitação dos profissionais envolvidos possam potencializar sua eficácia.