Estresse Ocupacional e Coping em Policiais Militares da Linha de Frente no Combate ao Terrorismo
Palavras-chave:
condições de trabalho, estresse, saúde ocupacional, sofrimento psíquico, policial militarResumo
Nesta pesquisa, investigou-se o estresse ocupacional e o coping em policiais militares da linha de frente no combate ao terrorismo na região Norte de Moçambique. Foi aplicado um roteiro de entrevista semiestruturada a 10 profissionais. Os resultados obtidos pela análise de conteúdo apontaram os seguintes estressores ocupacionais: punições e humilhações pelos chefes, medo de perder a vida em combate, dificuldades de conciliação entre trabalho e família, cumprimento de ordens superiores autoritárias, injustiças no desenvolvimento de carreira e problemas de pagamento de subsídios. Quanto às consequências do estresse, destacaram-se as de natureza física e psicológica. Somam-se o absenteísmo no trabalho, o consumo de álcool, a sabotagem das atividades e as más relações interpessoais. Para lidar com o estresse ocupacional, os participantes afirmaram que recorriam majoritariamente às estratégias de coping focadas na emoção. Como ações de prevenção e combate ao estresse ocupacional, os policiais investigados propõem a revitalização das campanhas de educação cívico-patriótica, a melhoria das condições de trabalho e a provisão de serviços de apoio psicológico. Pesquisas futuras podem investigar a sintomatologia do estresse ocupacional, estresse pós-traumático e fatores associados nos policiais, especialmente os da linha da frente de combate ao terrorismo em Moçambique.
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