De que maneira os cursos de Psicologia abordam a temática de gêneros e sexualidade? Uma análise de questionários aplicados a estudantes de graduação em Psicologia da região de Curitiba/PR
Palavras-chave:
sexualidades, graduação, psicologia, gênerosResumo
Compreendendo a importância da formação de estudantes para o trabalho com demandas em sexualidade, este artigo apresenta dados que foram coletados por meio da aplicação de questionários virtuais a estudantes dos dois últimos anos do curso de Psicologia sobre a maneira como os cursos abordam a temática de gêneros e sexualidade. Participaram, ao total, 57 alunos(as) de cinco Instituições de Ensino Superior (IES), sendo uma delas da rede pública e as outras quatro da rede privada. A análise dos dados foi realizada de maneira descritiva pela elaboração de gráficos comparativos. Entre os resultados, pôde-se compreender que: somente duas IES possuíam, em sua grade curricular obrigatória, alguma disciplina específica orientada para os estudos das sexualidades; que a maior parte dos eventos sobre a temática são extracurriculares; que as disciplinas não abordam os transtornos da sexualidade; que as sexualidades e gêneros são abordados de maneira interseccional em outras disciplinas do curso. Conclui-se que, para uma formação orientada para uma prática profissional ética e comprometida com o atendimento integral das demandas em saúde sexual, faz-se urgente a implementação de disciplinas obrigatórias sobre gêneros e sexualidades nos cursos de Psicologia da região de Curitiba/PR.
Downloads
Referências
Associação Americana de Psiquiatria. (2023). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM 5-TR (5a ed., rev.). Artmed. Recuperado de https://www.psychiatry.org/psychiatrists/practice/dsm
Associação Americana de Psiquiatria. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 (5a ed.). Artmed. Recuperado de https://www.psychiatry.org/psychiatrists/practice/dsm
Baccarim, R. C. G., & Tagliamento, G. (2020). Acesso de pessoas trans à saúde: uma análise das práticas de profissionais. Psicologia Argumento, 38(102), 604-625. https://doi.org/10.7213/psicolargum.38.102.AO01
Bonato, F. R. C. (2019). A formação científica sobre sexualidade nos cursos de graduação em psicologia da região de Curitiba. [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Paraná]. https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/61911/R%20-%20D%20-%20FERNANDA%20RAFAELA%20CABRAL%20BONATO.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Bonato, F., Mussi, A., & Ferrarini, N. (2022). Oficinas sobre sexualidade: uma possibilidade para suprir lacunas na formação em Psicologia? In G. M. Polli, & G. Tagliamento (Orgs.), Pesquisa e prática na formação em Psicologia: graduação e pós-graduação (pp. 129-150). Juruá.
Bonato, F., Mussi, A., Ferreira, J. M., & Ferrarini, N. (2022). O que a análise dos ementários e matrizes curriculares de cursos de graduação em Psicologia nos diz sobre a formação de psicólogas(os) diante da sexualidade humana? In W. L. Paranhos (Org.), Gêneros, sexualidades e performatividades: perspectivas contemporâneas (pp. 91-104). Bagai.
Bonato, F. R. C., & Baccarim, R. C. G. (2023). Sexualidades e gêneros em retrospecto: um olhar sobre o estudo e desenvolvimento dos critérios diagnósticos no DSM-5-tr e CID-11. Contribuciones a las Ciencias Sociales, 16(8), 12643-12667. https://doi.org/10.55905/revconv.16n.8-221
Borges, L. S., Canuto, A. A. A., Oliveira, D. P., & Vaz, R. P. (2013). Abordagens de gênero e sexualidade na Psicologia: revendo conceitos, repensando práticas. Psicologia: Ciência e Profissão, 33(3), 730-745. https://doi.org/10.1590/S1414-98932013000300016
Catelan, R. F. (2022). O que você precisa saber sobre disfunções sexuais e tem medo de perguntar. Sinopsys.
Conselho Federal de Psicologia. (1992). Atribuições profissionais do psicólogo no Brasil. Recuperado de https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2008/08/atr_prof_psicologo.pdf
Conselho Federal de Psicologia. (2005). Código de Ética Profissional do Psicólogo. Recuperado de http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo_etica.pdf
Conselho Federal de Psicologia. (2018). Ano de formação em Psicologia 2018: revisão das diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em Psicologia. Recuperado de http://site.cfp.org.br/wpcontent/uploads/2018/01/cartilha-Ano-da-Forma%C3%A7%C3%A3o-em-Psicologia.pdf
Gonzalez Rey, F. L. (2001). A pesquisa e o tema da subjetividade em educação. Psicol. da Ed., 13, 9-15. Recuperado de http://www.fernandogonzalezrey.com/images/PDFs/producao_biblio/fernando/artigos/educacao_e_subjetividade/A_pesquisa_e_o_tema_da_subjetividade.pdf
Goulart, D. M., Gonzalez Rey, F., & Torres, J. F. P. (2019). El estudo de la subjtividad de profissionales de la salud mental: una experiencia en Brasilia. Athenea digital, 19(3), 1-21. Recuperado de https://atheneadigital.net/article/view/v19-3-goulart-gonzalez-pati%C3%B1o/2548-pdf-es?fbclid=IwAR0Gmw1WCjh6PfNOya84jUcdoPo8J-QetD3-WvbBzSHwhQr_u34mfrLi7s
Mazer, T. Z. (2020). Infidelidade: impasses e impactos na prática clínica — memória, reflexões e integrações. In D. Bertoncello, A. S. A. Cunha, & T. Z. Mazer (Orgs.), Infidelidade conjugal e processos de apego (pp. 19-40). Artesã.
Organização Mundial da Saúde. (1946). Constitution of the World Health Organization. WHO. Recuperado de http://apps.who.int/gb/bd/PDF/bd47/EN/constitution-en.pdf?ua=1
Organização Mundial da Saúde. (2006). Defining sexual health: Report of a technical consultation on sexual health. Recuperado de https://www.who.int/reproductivehealth/publications/sexual_health/defining_sexual_health.pdf
Organização Mundial da Saúde. (2019). ICD-11 Reference Guide. Recuperado de https://icd.who.int/icd11refguide/en/index.html
Paiva, V. (2008). A psicologia redescobrirá a sexualidade? Psicologia em estudo, 13(4), 641-651. Recuperado de https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=287122111002
Quevedo, J. E. M. (2017). Educación, diversidad sexual y subjetividad: una aproximación cultural-histórica a la educacion sexual escolar em Cali-Colombia. [Tese de Doutorado, Universidade de Brasília]. http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/23565/1/2017_JorgeEduardoMoncayoQuevedo.pdf
Resolução nº 5, de 15 de março de 2011. (2011). Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia. Conselho Nacional de Educação, http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rces005_11.pdf
Resolução nº 8, de 07 de maio de 2004. (2004). Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia. Câmara Nacional da Educação, http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces08_04.pdf
Senem, C. J. (2015). Formação e sexualidade: um estudo a partir dos relatos dos estudantes de diferentes cursos de psicologia. [Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho]. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/126411/000841093.pdf?sequence=1
Sposito, S. E. (2015). Homossexualidades nas pesquisas em pós-graduação em psicologia: da despatologização à luta por direitos. [Tese Doutorado, Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho]. https://repositorio.unesp.br/handle/11449/136106
