Uma Escola de Pensamento para Chamar de Nossa: Algumas Contribuições de Pedro Bodê para as Ciências Sociais, o Direito e a Psicologia

Mariana Corrêa de Azevedo, Joyce Kelly Pescarolo, Marina Zminko Kurchaidt

Resumo


Com um misto de alegria e de espanto, diante da imensa responsabilidade moral da tarefa, assumi o convite de conduzir uma entrevista coletiva – por intermédio da amiga e professora Dra. Joyce K. Pescarolo, editora da Revista PsicoFAE: Pluralidades em Saúde mental –, visando restituir ou inventariar as contribuições do professor Dr. Pedro Rodolfo Bodê de Moraes (Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1960 – Curitiba, 27 de novembro de 2021), meses após seu falecimento, que nos enluta cotidianamente, até a conquista da memória pacificada, tendo tido com ele uma convivência contagiante e inspiradora. Pedro Rodolfo Bodê de Moraes, mais comumente, ou simplesmente Bodê na universidade, Pedro para as acolhidas e acolhidos, foi uma figura ímpar no universo acadêmico local e no seu entorno. Além de mentor intelectual desde a disciplina de Sociologia I na graduação em Ciências Sociais, no então Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná, Pedro foi o mestre eterno no meu primeiro ingresso no universo desta dolorosa e reveladora aventura sociológica, nos anos de 2003 em Curitiba. E certamente assim será lembrado por incontáveis estudantes, interlocutoras e interlocutores. Assim, o objetivo dessa entrevista é trazer o olhar de vários colegas e alunos pensadores das ciências sociais sobre a herança intelectual e humanista deixada pelo saudoso professor Pedro. É também uma bela oportunidade de prestarmos uma homenagem a esse eterno professor e fundador do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná.

Com a ajuda de Joyce K. Pescarolo e Marina Z. Kurchaidt, tal entrevista foi organizada de modo a trazer, a partir de cada entrevistado, um recorte dos principais momentos e aspectos intelectuais vivenciados no convívio entre os entrevistados e o professor Pedro Bodê.


Texto completo:

PDF

Referências


Becker, H. (2015). Truques da escrita. Zahar.

Becker, H. (2014). A epistemologia da pesquisa qualitativa. Revista de Estudos Empíricos em Direito, 1(1), 181-198.

Bodê de Moraes, P. R. (2005). Punição, encarceramento e construção de identidade profissional entre agentes penitenciários. IBCCRIM.

Bodê de Moraes, P. R. (2006). Juventude, medo e violência. Ciclo de Conferências Direito e Psicanálise – Novos e Invisíveis Laços Sociais. Ipardes. Recuperado em 11 de junho de 2022, de http://www.ipardes.gov.br/pdf/cursos_eventos/governanca_2006/gover_2006_01_juventude_medo_pedro_bode.pdf

Bourdieu, P. (1998). A ilusão biográfica. In: Amado, J. & Ferreira, M. M. (Orgs.). Usos e abusos da história oral. Editora FGV.

Bourdieu, P., Chamboredon, J.-C., & Passeron, J.-C. (2015). Ofício de sociólogo: metodologia da pesquisa na sociologia. Vozes.

Bordin, M., & Grotti, V. H. G. (2020). Considerações sobre a hipermilitarização da vida. Revista de Políticas Públicas da UFPE, 5, 10-26. Recuperado em 11 de junho de 2022, de https://periodicos.ufpe.br/revistas/politicaspublicas/article/view/242872/33767

Bordin, M. (2021a). A guerra é a regra: a hipermilitarização da segurança pública no Brasil. PG Editorial.

Bordin, M. (2021b). The hypermilitarization of politics in Brazil. Recuperado em 10 de junho de 2022, de http://www.brazilinstitute.org/mpb-conference

Cerqueira, D. et al. (2020). Atlas da violência. Ipea.

Champagne, P. (1996). A ruptura com as pré-construções espontâneas ou eruditas. In P. Champagne, R. Lenoir, D. Merllie, & L. Pinto. Iniciação à prática sociológica. Vozes.

Coelho, E. C. (1987). A oficina do diabo: crise e conflito no Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro. Editora Espaço e Tempo. Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro.

Coelho, E. C. (2005). A Oficina do Diabo: e outros estudos sobre criminalidade. Rio de Janeiro. Recordes.

Didi-Huberman, G. (2017). Cascas. Editora 34.

Durkheim, É. (1973). As regras do método sociológico e outros textos. In: Os Pensadores (Vol. 33). Abril Cultural.

Durkheim, É. (1982). O suicídio: um estudo sociológico. Zahar Editores.

Favret-Saada, J. (2005). “Ser afetado”, de Jeanne Favret-Saada. Cadernos de Campo, (13), 155-161.

Geertz, C. (1997). Do ponto de vista dos nativos: a natureza do entendimento antropológico. In Geertz, C. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa (pp. 85-107). Vozes.

Goffman, E. (1974). Manicômios, prisões e conventos (D. M. Leite, Trad.). Perspectiva.

Goffman, E. (1975). Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. LTC.

Gomes, M. M. (2010). O lado negro do preto. O fardo da farda: Narrativas de integrantes do BOPE-SC sobre mandato policial de grupos especiais de polícia. [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina]. Repositório Institucional da UFSC. https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/94055/279168.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Mir, L. (2004). Guerra civil: Estado e trauma. Geração Editorial.

Holloway, T. (1997). Polícia no Rio de Janeiro: Repressão e resistência numa cidade do século XIX. FGV.

Pichon-Rivière, E. (1985). El Proceso Grupal: Del psicoanàlisis a la Psicologìa Social. Nueva Visiòn.

RICOEUR, P. (2002). O bom uso das feridas da memória. Universidade de Coimbra. Recuperado em 25 de julho de 2022, de https://www.uc.pt/fluc/uidief/textos_ricoeur/o_bom_uso_das_feridas_da_memoria

Sallas, A. L. F. et al. (1999). Os jovens de Curitiba: esperanças e desencantos – juventude, violência e cidadania. Unesco.

Simmel, G. (2011). O conflito como sociação (M. G. Pinheiro Koury, Trad.). RBSE – Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, 10(30), 568-573.

Wacquant, L. (2001). Os condenados da cidade: estudo sobre marginalidade avançada. Revan; Fase.

Weber, M. (2015). Ciência e política: duas vocações. Martin Claret.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.