Práticas educativas parentais como preditoras de capacidades e dificuldades na infância.

Suelen Lorena Schapuis, Caroline Guisantes De Salvo Toni

Resumo


O presente trabalho teve por objetivo avaliar se as práticas educativas parentais, formadoras dos Estilos Parentais, podem ser preditoras de desenvolvimento de capacidades e dificuldades em crianças. Entender os possíveis preditores de desenvolvimento de capacidade e dificuldades na infância se faz importante ao ponto de que, quando identificados, é possível elaborar estratégias de prevenção quanto a essas problemáticas. As participantes foram 111 mães de crianças entre 7 e 11 anos de idade. Para a coleta de dados, foram utilizados os instrumentos Inventário de Estilos Parentais (IEP) e o Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ). Em decorrência do necessário distanciamento social causado pela pandemia do Covid-19, a coleta de dados foi realizada de forma on-line, sendo os instrumentos disponibilizados pela plataforma Google Forms. A análise dos dados ocorreu de forma qualitativa (rever se qualitativa ou quantitativa) por meio do programa SPSS 18.0 for Windows, para fins de avaliação de significâncias inferenciais. Os resultados apontaram que as práticas educativas parentais podem ser preditoras de capacidades e dificuldades na infância, associando principalmente a punição inconsistente, a disciplina relaxada e o abuso físico estão ligados a um aumento das dificuldades. Verificar se as associações se referem tanto a capacidades quanto a dificuldades ou somente a uma delas.


Palavras-chave


Estilos Parentais; capacidades; dificuldades; desenvolvimento infantil; práticas educativas.

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