Reflexões sobre Trabalho e Associativismo no Contexto da Saúde Mental

Ilka de Araujo Soares

Resumo


O presente artigo pretende refletir sobre as iniciativas de incentivo à capacidade produtiva no campo da saúde mental.  Serão abordados, especificamente, as práticas do Associativismo e os Centros de Convivência e Cultura. O estudo percorre as concepções históricas sobre o trabalho formal, situando o lugar do personagem da loucura e apresenta a construção de práticas alternativas na saúde mental, na contemporaneidade. Tem como ponto de partida a apresentação de uma experiência de associação de usuários, apesar de não se restringir a este relato. Intenciona demonstrar, através do exercício das práticas grupais e do Associativismo na saúde mental, a busca de ruptura com o processo de segregação, vivenciada por vários integrantes, devido ao isolamento social e/ou ao predomínio do modelo psiquiátrico asilar na existência daqueles. O desenvolvimento de práticas expressivas, artesanais e artísticas, no contexto da reforma psiquiátrica, se posiciona, como via de acesso à cidadania, ao favorecimento do laço social e à produção subjetiva.

 


Palavras-chave


trabalho, associativismo, produção, subjetividade, laço social

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