Postagens Sobre Suicídio no Twitter e Coeficientes de Mortalidade em Municípios do Estado de São Paulo

Autores

  • Camila Pereira Corrêa Matias Pereira Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
  • Gabriela Di Donato Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
  • Andreza Fonseca da Silva Departamento de Psicologia da FFCLRP- Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
  • Gisele Lobo da Silva Escola Técnica Estadual – Dr. Adail Nunes da Silva (ETEC) – Taquaritinga- São Paulo – Brasil.
  • Kelly Graziani Giacchero Vedana Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.

Palavras-chave:

suicídio, redes sociais on-line, saúde mental, prevenção

Resumo

Realizada análise das postagens relacionadas ao suicídio publicadas no Twitter de locais com os menores e maiores coeficientes de óbitos por suicídio do Estado de São Paulo. Foram realizadas buscas na página principal da plataforma, utilizando a palavra suicídio, considerando a língua portuguesa, nos locais de busca selecionados. As postagens que atendiam os critérios de inclusão foram submetidas à Análise Temática e análise estatística. A maioria das postagens eram tweets, perfis do sexo feminino, das cidades com menores taxas de suicídio no Estado de São Paulo, com discurso em primeira pessoa. As postagens com posicionamento preventivo tiveram mais chances de receber curtidas quando comparadas às pró-suicidas. Na Análise Temática surgiram 03 categorias, a “Banalização do Suicídio”, “Suicídio e Mídias Virtuais” e a “Dor Expressa nas Redes Sociais”. As postagens sobre suicídio em um local não estão necessariamente ligadas a maior mortalidade por suicídio e o conteúdo das postagens precisa ser considerado cuidadosamente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Camila Pereira Corrêa Matias Pereira, Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.

Graduada em Bacharelado em Enfermagem pela Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Centro Oeste Dona Lindu. Mestre pelo Programa de Pós-graduação Mestrado Acadêmico em Enfermagem, na linha de pesquisa de Saúde Mental na Universidade Federal de São João del Rei. Doutora pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem Psiquiátrica da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Membro fundador da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio - ABEPS. Membro do Centro de Educação em Prevenção e Posvenção do Suicídio (CEPS) e do Laboratório de Estudos e Pesquisa em Prevenção e Posvenção do suicídio (LEPS), Universidade de São Paulo. Membro do Capítulo Rho Upsilon da Sigma Theta Tau Internacional - Sociedade Honorífica de Enfermagem. Membro da Coordenação Nacional do Projeto +Contigo Brasil. 

Gabriela Di Donato, Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.

Bacharel e Licenciada em Enfermagem pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (2018). Mestranda pelo Programa de Enfermagem Psiquiátrica da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, no qual foi bolsista pela CAPES (conceito 5). É membro do Grupo de Pesquisa em Transtornos Mentais e Segurança na Terapêutica Medicamentosa (EERP-USP) e membro do Centro de Educação em Prevenção e Posvenção do Suicídio (CEPS-EERP). Atualmente é bolsista do projeto de pesquisa: "Desafios e Opções de enfrentamento para melhorar a disponibilidade e acessibilidade aos profissionais de enfermagem no Brasil: evidências para informar as políticas em tempo hábil" em desenvolvimento pelo Centro Colaborador da Organização Pan-Americana da Saúde, Organização Mundial da Saúde (OMS/OPAS) para o desenvolvimento da pesquisa em Enfermagem. Atua nas áreas de pesquisa: Saúde Mental, Suicídio, Terapêutica Medicamentosa nos transtornos mentais e uso seguro de psicofármacos.

Andreza Fonseca da Silva, Departamento de Psicologia da FFCLRP- Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.

Graduanda em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP)

 

Kelly Graziani Giacchero Vedana, Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.

Graduada em Enfermagem, Doutora Ciências e Livre-Docente pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo(EERP/ USP). Realizou Pós-Doutorado na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC)- Portugal. Tem expertise nas áreas de Suicidologia, Enfermagem Psiquiátrica, Literacia e Promoção da Saúde Mental. É Professora Associada da EERP-USP. Docente responsável por disciplinas das áreas de Enfermagem Psiquiátrica nos cursos de Bacharelado em Enfermagem e Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem da EERP-USP. É Líder do Laboratório de estudos e pesquisa em prevenção e posvenção do suicídio (LEPS) e Responsável pelo Centro de Educação em Prevenção e Posvenção do Suicídio (CEPS). Presidente do Capítulo Rho Upsilon da Sigma Theta Tau Internacional - Sociedade Honorífica de Enfermagem (2020-2021). Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação Enfermagem Psiquiátrica. Membro do Conselho Editorial do SMAD Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas e do Centro de Apoio Editorial da EERP-USP (CAEd). Presta assessoria a revistas científicas nacionais e internacionais. Possui produção científica (artigos em periódicos indexados, livros e capítulos de livros) e produção tecnológica (software e outros recursos para produção de literacia em saúde mental) que se destacam pela originalidade, inovação e ampla repercussão (nacional e internacional). Tem experiência liderança na formação de recursos humanos (doutorados, mestrados e outros), coordenação de projetos financiados por agências de pesquisa, além de manter parcerias com pesquisadores de diferentes instituições nacionais e internacionais (Portugal, Canadá, Guiana Inglesa, México, Escócia, Itália, Colômbia e Chile). Possui premiações e menções honrosas relacionadas a diferentes atividades acadêmicas.

Referências

Bailey, L., Bell, J., Kennedy, D., Bailey, L., Bell, J., Kennedy, D., Bailey, L., Bell, J. O., & Kennedy, D. (2015). New Review of Hypermedia and Multimedia Continuing social presence of the dead : exploring suicide bereavement through online memorialisation Continuing social presence of the dead : exploring suicide bereavement through online memorialisation. New Review of Hypermedia and Multimedia, 0(0), 72-86. https://doi.org/10.1080/13614568.2014.983554

Braithwaite, S. R., Giraud-Carrier, C., West, J., Barnes, M. D., & Hanson, C. L. (2016). Validating Machine Learning Algorithms for Twitter Data Against Established Measures of Suicidality. JMIR Mental Health, 3(2), e21. https://doi.org/10.2196/mental.4822

Braun, V., & Clarke, V. (2006). Using thematic analysis in psychology. Qualitative Research in Psychology, 3(2), 77-101. https://doi.org/10.1191/1478088706qp063oa

Colombo, G. B., Burnap, P., Hodorog, A., & Scourfield, J. (2016). Analysing the connectivity and communication of suicidal users on twitter. Computer Communications, 73(Pt B), 291-300. https://doi.org/10.1016/j.comcom.2015.07.018

Creswell, J. W. (2009). Mixed methods procedures. In J. W.Creswell. Research Design: Qualitative, Quantitative and Mixed Methods Approaches (pp. 203-226). Sage.

Daine, K., Hawton, K., Singaravelu, V., Stewart, A., Simkin, S., & Montgomery, P. (2013). The power of the web: a systematic review of studies of the influence of the internet on self-harm and suicide in young people. PloS One, 8(10). https://doi.org/10.1371/journal.pone.0077555

Dea, B. O., Wan, S., Batterham, P. J., Calear, A. L., Paris, C., & Christensen, H. (2015). Detecting suicidality on Twitter. INVENT, 2(2), 183-188. https://doi.org/10.1016/j.invent.2015.03.005

Fu, K., Cheng, Q., Wong, P. W. C., & Yip, P. S. F. (2013). Responses to a Self-Presented Suicide Attempt in Social Media: A Social Network Analysis. Crisis, 34(6), 406-412. https://doi.org/10.1038/jid.2014.371

Gomes, R., Nascimento, E. F.; Araújo, F. C. (2007). Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres ? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior Why do men use health services less than women ? Explanations by men with low versus higher education. Cadernos de Saúde Pública, 23(3), 565-574. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2007000300015

Gomes, J. O., Baptista, M. N., Carneiro, A. M., & Cardoso, H. F. (2014). Suicídio e internet: análise de resultados em ferramentas de busca. Psicologia & Sociedade, 26(1), 63-73. https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822014000100008

Gunn, J.F., Lester, D. (2012). Twitter postings and suicide: An analysis of the postings of a fatal suicide in the 24 hours prior to death. Present Tense, 17(3), 28-30. https://doi.org/10.5617/suicidologi.2173

Lee, S.Y., & Kwon, Y. (2018). Twitter as a place where people meet to make suicide pacts. Public Health, 159, 21-26. https://doi.org/10.1016/j.puhe.2018.03.001

Mars, B., Heron, J., Biddle, L., Donovan, J. L., Holley, R., Piper, M., Potokar, J., Wyllie, C., & Gunnell, D. (2015). Exposure to, and searching for, information about suicide and self-harm on the Internet: Prevalence and predictors in a population based cohort of young adults. Journal of Affective Disorders, 185(1), 239-245. https://doi.org/10.1016/j.jad.2015.06.001

Mcclellan, C., Ali, M. M., Mutter, R., Kroutil, L., & Landwehr, J. (2016, 5 October). Using social media to monitor mental health discussions 2 evidence from Twitter. Journal of the American Medical Informatics Association, 24(3), 496-502. https://doi.org/10.1093/jamia/ocw133

Mishara, B. L., & Weisstub, D. N. (2007). Ethical, legal, and practical issues in the control and regulation of suicide promotion and assistance over the Internet. Suicide & Life-Threatening Behavior, 37(1), 58-65. https://doi.org/10.1521/suli.2007.37.1.58

Niezen, R. (2013). Internet suicide: Communities of affirmation and the lethality of communication. Transcultural Psychiatry, 50(2), 303-322. https://doi.org/10.1177/1363461512473733

O’Dea, B., Larsen, M. Batterham, P. J., Calear, A. L., & Christensen, H. (2017). A linguistic analysis of suicide-related Twitter posts. (2017, 23 February). Crisis: The Journal of Crisis Intervention and Suicide Prevention, 38(5), 1-11. https://doi.org/10.1027/0227-5910/a000443

Robinson, J., Cox, G., Bailey, E., Hetrick, S., Rodrigues, M., Fisher, S., & Herrman, H. (2016). Review Article Social media and suicide prevention: a systematic review, 103-121. https://doi.org/10.1111/eip.12229

Robinson, J., Fisher, S., Rodrigues, M., & Herrman, H. (2014). Suicide and Social Media Community Works. Young and Well.

Roy, A., Nikolitch, K., McGinn, R., Jinah, S., Klement, W., & Kaminsky, Z. A. (2020). A machine learning approach predicts future risk to suicidal ideation from social media data. Npj Digital Medicine, 3(78). https://doi.org/10.1038/s41746-020-0287-6

DATASUS (2014). Óbitos Por Causas Externas e Lesões Autoprovocadas Voluntariamente. https://datasus.saude.gov.br/

SEADE, F. (2016). Mortalidade por Suicídio no Estado de São Paulo (Vol. 3). DCNT; CVE; CCD. http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/publicacoes/dcnt/suicidio/mortalidade_suicidio.pdf

Shepherd, A., Sanders, C., Doyle, M., & Shaw, J. (2015). Using social media for support and feedback by mental health service users: thematic analysis of a twitter conversation. BMC Psychiatry, 15(29), 1-9. https://doi.org/10.1186/s12888-015-0408-y

Silva, T. de P. S. da, Sougey, E. B., & Silva, J. (2015). Estigma social no comportamento suicida: reflexões bioéticas. Revista Bioética, 23(2), 419-426. https://doi.org/10.1590/1983-80422015232080

Silva, B. F. A. da, Prates, A. A. P., Cardoso, A. A., & Rosas, N. (2018). O suicídio no Brasil contemporâneo. Sociedade e Estado, 33(2), 565-579. https://doi.org/10.1590/s0102-699220183302014

Spates, K., Ye, X., & Johnson, A. (2020). "I just might kill myself": Suicide expressions on Twitter. Death studies, 44(3), 189-194. https://doi.org/10.1080/07481187.2018.1531085

Starcevic, V., & Aboujaoude, E. (2015). Cyberchondria, cyberbullying, cybersuicide, cybersex: “new” psychopathologies for the 21st century? World Psychiatry, 14(1), 97-100. https://doi.org/10.1002/wps.20195

Sueki, H. (2015). The association of suicide-related Twitter use with suicidal behaviour: A cross-sectional study of young internet users in Japan. Journal of Affective Disorders, 170. https://doi.org/10.1016/j.jad.2014.08.047

Twitter. (2019). About the company. https://about.twitter.com/pt

Valle, T. G. R. do, & Kovács, M. J. (2014). Análise do conteúdo de sites que abordam o suicídio. Boletim de Psicologia, 64(140), 33-47.

World Health Organization. (2014). Preventing suicide. CMAJ: Canadian Medical Association Journal = Journal de l’Association Medicale Canadienne, 143(7), 609-610. https://www.who.int/publications/i/item/9789241564779

Downloads

Publicado

2022-08-05

Como Citar

Pereira, C. . P. C. M., Di Donato, G., Silva, A. F. da, Silva, G. L. da, & Vedana, K. G. G. (2022). Postagens Sobre Suicídio no Twitter e Coeficientes de Mortalidade em Municípios do Estado de São Paulo. Revista PsicoFAE: Pluralidades Em Saúde Mental, 11(1), 83–92. Recuperado de https://revistapsicofae.fae.edu/psico/article/view/371

Edição

Seção

Artigos