Um Estudo de Revisão Sobre o Transtorno Dissociativo de Identidade: Características e Direções de Tratamento

Isabele Cristine Gulisz, Fabiano de Mello Vieira

Resumo


O presente trabalho possui como objetivo investigar de forma aprofundada o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), suas características, seus principais aspectos etiológicos e nosológicos, assim como suas possíveis formas de intervenção e direções de tratamento. Trata-se de uma revisão narrativa. O TDI é um transtorno complexo, caracterizado pela existência de mais de uma personalidade em um mesmo indivíduo. Em sua origem estão experiências traumáticas, principalmente no período da infância. Diferentes formas de tratamento têm sido estudadas, sem que se tenha definido uma intervenção ideal. Porém, a psicoterapia é apontada como a principal forma de tratamento.  A presença do trauma se mostrou predominante na maioria dos estudos realizados ainda que falhas significativas na memória autobiográfica dos indivíduos com TDI sejam comuns e que, em cada caso, as relações com as diversas personalidades observadas se apresentem de forma singular não estabelecendo um padrão. É preciso que esse transtorno seja investigado de forma mais profunda, em todas as suas esferas, possibilitando o desenvolvimento de novas formas de tratamento a partir, principalmente, do entendimento sobre a sua etiologia.


Palavras-chave


psicopatologia, dissociação, diagnóstico

Texto completo:

PDF

Referências


American Psychiatric Association. (2014). DSM-5. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (5ª ed.). Artmed.

Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais (2ª ed.). Artmed.

Faria, M. A. (2007). Impacto do trauma e dissociação da consciência na personalidade múltipla: um estudo de caso [Dissertação de Mestrado em Psicologia, Universidade Católica de Brasília].

Faria, M. A. (2008). O Teste de Pfister e o transtorno dissociativo de identidade. Avaliação Psicológica, 7(3), p. 359-370. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712008000300009

Faria, M. A. (2016). Transtorno dissociativo de identidade e esquizofrenia: uma investigação diagnóstica [Tese de Doutorado em Ciências Médicas, Universidade de Brasília].

Faria, M. A., Prado, E. B. A., Souza, W. C., Martins, V. F., & Ferreira, V. M. (2019). A utilização do Método de Rorschach no diagnóstico diferencial da Esquizofrenia e Transtorno Dissociativo de Identidade. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 35, e3521. doi:10.1590/0102.3772e3521

Freud, S. (1996). O Ego e o Id. J. Strachey (Org. e Trans.), Edição STANDARD Brasileira das Obras Psicológicas Completas. (Vol. XIX). Imago.

Gabbard, G. O. (2006). Psiquiatria psicodinâmica na prática clínica (4ª ed.). Artmed.

Gentile, J. P., Dillon, K. S., & Gillig, P. M. (2013). Psychotherapy and pharmacotherapy for patients with dissociative identity disorder. Innovations in Clinical Neuroscience, 10(2), 22-29. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3615506

Gonzalez, A. (2014). Transtornos Dissociativos: Diagnóstico e Tratamento. TraumaClinic Edições.

Hueb, R. A. S., & Pitta, J. C. N. (2016). Transtornos Dissociativos. In F. Paraventi, & A. C. Chaves, Manual de Psiquiatria Clínica (pp. 85-90). Roca.

International Society for Study of Dissociation. (2005). Guidelines for Treating Dissociative Identity Disorder in Adults. Journal of Trauma Dissociation, 6(4), 69-149.

International Society for Study of Dissociation. (2011, 03 de março). Guidelines for Treating Dissociative Identity Disorder in Adults, Third Revision. Journal of Trauma & Dissociation, 12(2), 115-187.

Kholenberg, R. J., & Tsai, M. (1991). Psicoterapia Analítica Funcional: Criando Relações Intensas e Curativas. ESETec.

Kluft, R. P., & Loewenstein, R. J. (2009). Transtornos Dissociativos e Despersonalização. In G. O. Gabbard, Tratamentos dos transtornos psiquiátricos (pp. 530-554). Artmed.

Maraldi, E. O. (2014). Dissociação, crença e identidade: uma perspectiva psicossocial [Tese de Doutorado, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo].

Mohr, A. M., &Thá, F. (2012). Conjecturas psicanalíticas acerca da Desordem de Personalidades Múltiplas. Psicologia Argumento, 30(69), 207-218. https://biblat.unam.mx/hevila/Psicologiaargumento/2012/vol30/no69/1.pdf

Nijenhuis, E., Van der Hart, O., & Steele, K. (2010). Trauma-related structural dissociation of the personality. Activitas Nervosa Superior, 52(1), 1-23.

Organização Mundial da Saúde. (1993). Classificação de Transtornos mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnosticas (Dorgival Caetano, Trad.). Artmed.

Sadock, B. J. (2007). Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica (9ª ed.). Artmed.

Tófoli, L. F., Moreira-Almeida, A., Junior, A. M., Zangari, W.; & Fortes, S. L. C. L. (2013). Transtornos Dissociativos e Conversivos. In J. J. Mari, & C. Kieling, Psiquiatria na prática clínica (pp. 105-126). Manole.

Werebe, D. M., & Funaro, G. (2011). Transtornos Dissociativos, Somatoformes e Síndrome da Fadiga Crônica. In E. C. Miguel, V. Gentil, & W. F. Gattaz, Clínica psiquiátrica. Barueri (pp. 904-912). Manole.

Zimerman, D. E. (2007). Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica: uma abordagem didática. Artmed.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.