O trabalho com homens autores de violência contra mulheres: uma entrevista com o Professor Dr. Adriano Beiras

Camila Maffioleti Cavaler

Resumo


Aqueles que atualmente se debruçam sobre a temática dos homens autores de violência, provavelmente irão se defrontar com os trabalhos do Professor Adriano Beiras. O entrevistado desta edição é uma referência nacional no trabalho com grupos de homens autores de violência. Professor da UFSC, coordena o programa de pós-graduação em psicologia da referida universidade e também o núcleo de pesquisa Margens (Modos de Vida, Família e Relações de gênero). 

É responsável, ao lado do pesquisador Alan Bronz, pela metodologia dos grupos reflexivos de gênero (Beiras & Bronz, 2016), cartilha do Instituto Noos (SP), que tem sido usada como base para a criação e condução de grupos de homens por todo o Brasil. Beiras orienta projetos de pesquisa e extensão, assim como discentes de mestrado e doutorado nas temáticas de masculinidades, violências, gênero, saúde do homem e segurança pública.

Meu encontro com o professor Adriano Beiras se deu antes dessa entrevista, anos antes, no momento em que me propus a estudar masculinidades e violências. Atualmente, sou doutoranda do programa de pós-graduação em psicologia da UFSC e membro do núcleo de pesquisa Margens. Desde o mestrado, divido espaços de pesquisa com os/as integrantes do referido grupo de pesquisa e desenvolvo meu trabalho sobre a orientação do professor Adriano Beiras.

Nesta entrevista foram abordadas as diferenças teóricas e metodológicas da condução dos grupos de homens no Brasil e na Europa, a mudança legislativa produzida pela Lei 13984/2020, que passa a tornar possível o comparecimento obrigatório de homens autores de violência a centros de educação e reabilitação. Também conversamos sobre o mapeamento nacional dos grupos de homens que está sendo realizado com a colaboração do professor Adriano Beiras e, por fim, o professor nos indica as diretrizes mínimas a serem seguidas para o trabalho com homens autores de violência.


Palavras-chave


Grupos de homens; violência contra mulheres; metodologias de grupo

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Referências


Beiras, A., & Bronz, A. (2016). Metodologia de grupos reflexivos de gênero. Instituto Noos. https://margens.ufsc.br/publicacoes-tecnicas/metodologia-de-grupos-reflexivos-de-genero

Beiras, A., Bronz, A., & Schneider, P. de F. (2021). Grupos reflexivos de gênero para homens no ambiente virtual - primeiras adaptações, desafios metodológicos e potencialidades. Nova Perspectiva Sistêmica, 29(68), 61-75. https://doi.org/10.38034/nps.v29i68.606

Beiras, A., Nascimento, M. & Incrocci, C. (2019). Programas de atenção a homens autores de violência contra as mulheres: um panorama das intervenções no Brasil. Saúde e Sociedade [online], 28(1), 262-274. https://doi.org/10.1590/S0104-12902019170995

Cardoso, D., & Beiras, A. (2018). Política Pública de Assistência Social: um lugar para o trabalho com homens autores de violência. Estudios de Políticas Públicas, 4(2), 42-54. DOI:10.5354/0719-6296.2018.51736

Lei nº 13.984, de 3 de abril de 2020. Altera o art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para estabelecer como medidas protetivas de urgência frequência do agressor a centro de educação e de reabilitação e acompanhamento psicossocial.


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