A MEDICALIZAÇÃO DO COTIDIANO COMO SUPRESSÃO DA INICIATIVA

Nilton de Júlio de Faria, Felipe Eduardo de Carvalho Ferreira, Júlia Pouzas Straessli Pinto

Resumo


A segunda metade do século vinte foi marcada com grandes transformações, dentre elas o avanço de tecnologias em diferentes esferas da cultura. Tal avanço, pautado na velha proposição do positivismo: “conhecer para predizer e controlar”, gerou uma falsa sensação de controle sobre o mundo e sobre o indivíduo. No que concerne à saúde, é possível identificar a implementação de equipamentos diagnósticos cada vez mais precisos, sugerindo, inclusive a possibilidade de diagnósticos precoces que possibilitariam intervenções médicas, também precoces que, teoricamente evitariam o surgimento de doenças. Com a saúde mental não é diferente, classificações como CID ou DSM possibilitariam o preciso diagnóstico para uma indústria farmacêutica cada vez mais envolvida em pesquisas que atendam a esta demanda. Consequentemente, a saúde passa a ser entendida como consumo, remetendo-nos à ideia de terapêutica prótese. O presente trabalho busca apresentar as diversas perspectivas sobre o processo de patologização da vida. Tendo como referência a Ontologia da Ação de Paul Ricoeur, destaca-se que para a concepção de saúde da contemporaneidade é necessário reparar esse organismo considerado exclusivamente biológico em detrimento do humano. Nesse sentido, discorremos sobre a medicalização à vida inclusos nos processos de adoecimento e saúde, possibilitando um pensamento mais crítico e recorrendo à alternativas e estratégias para um viver menos nocivo ao humano e sua existência que vem sendo patologizada e consequentemente desumanizada.


Palavras-chave


Medicalização; Patologização; Desumanização da Vida

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