A CRISE DO SENTIDO E A SAÚDE MENTAL NO MUNDO CONTEMPORÂNEO DO TRABALHO: PROPOSIÇÕES FENOMENOLÓGICAS

Crisóstomo Lima do Nascimento, Shirley Macêdo

Resumo


O presente artigo busca realizar uma leitura fenomenológica do mundo do trabalho contemporâneo, apresentando, em adição, proposições fenomenológicas com vistas à promoção da saúde mental no trabalho. Partimos de uma  compreensão do trabalho contemporâneo à luz da Gestell em Martin Heidegger, concluindo que esse mundo não escapa à lógica da mensuração, da quantificação e da protocolização do existir sob a tutela da instrumentalidade e da  eficiência que se anuncia na espetacularização do atingimento dos fins inequivocamente prevalecentes sobre os meios que os tornaram possíveis para aportarmos em proposições fenomenológicas para intervenção com vistas à saúde  mental do trabalhador, considerando a intersubjetividade tal como concebida por Maurice Merleau-Ponty e a conversação como proposta por Hans-Georg Gadamer, estimuladora de uma fusão de horizontes hermenêuticos através do diálogo
que propicie a emersão de novas significações e verdades. A intenção é defender que compete ao profissional da Psicologia, no seu exercício ético de comprometimento com o humano em concepção mais ampla, solidária e democrática, o esforço de penetrar nas sendas esquecidas e amortizadas do pensar que resgata a incontinência do existir frente à tecnificação do mundo e das existências neste intenso processo objetificante no esteio da instrumentalidade e do rendimento a qualquer custo, favorecendo que seu saber fazer, juntamente com seu querer fazer e poder fazer tornem possível transcender a lógica pragmática e tecnicista da produção humana para fazer valer a produção de sentido de  vida no trabalho.

Palavras-chave


Trabalho; Saúde Mental e Trabalho; Fenomenologia; Clínica do Trabalho

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