Teoria do Luto em Psicanálise

Christian Ingo Lenz Dunker

Resumo


Examinando a teoria freudiana do luto, contida em Luto e Melancolia, podemos isolar o luto como um processo que tem um início e um deslace ligado à integração do objeto perdido no Eu. Quando este processo se interrompe ou não é propriamente iniciado, ou quando em seu interior o Eu se identifica com o objeto perdido, temos os casos de patologia do luto nos quais podemos incluir a melancolia e certos tipos de depressão. Apresentamos a hipótese, extraída da leitura do texto canônico de Freud, de que existiria uma terceira vicissitude para o luto para além de sua fixação, interrupção ou conclusão. Trata-se do luto infinito, que nem sempre é vivido como uma fenomenologia depressiva, mas que consiste na eternização do próprio processo. Para entender a infinitização do luto deveríamos combinar a perspectiva de integração do objeto perdido no Eu, subsidiada pela teoria totemista da identificação com a concepção animista de identificação, no interior da qual o luto é fundamentalmente perda ou dissolução do próprio Eu.


Palavras-chave


Luto; Melancolia; Psicanálise

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Referências


Alouch, J. (2004) Erótica do Luto em temos de morte seca. Rio de Janeiro: Companhia de Freud.

Freud, S. (1917) Luto e Melancolia. São Paulo: CosacNaify.

Lacan, J. (1981) O Seminário Livro XX ... mais ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Lambotte, M.C. (2000) Estética da Melancolia. Rio de Janeiro: Companhia de Freud.

Leader, D. (2008). The New Black: mourning, melancholia and depression. Londres: Hamish Hamiltong.


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