Análise transversal de sintomas depressivos em estudantes de Medicina: prevalência no primeiro ano de graduação

Isabella Gil, Eliane Cesário Maluf, Thays Stephanie Costa de Souza, Juliane Yumi Furuta Silva, Maria Catarina Simões Pinto

Resumo


O meio universitário é provedor de formação pessoal e capacitação do estudante. Experiências vivenciadas no curso, mudanças ideológicas e comportamentos de risco nessa fase da vida vulnerabilizam o indivíduo por exigirem capacidades e habilidades não utilizadas antes. Até hoje a preocupação com a saúde mental dos estudantes está presente dentro das universidades, mas as demandas sociais necessitam de maior assistência psicológica para fins de prevenção de saúde. Este estudo visa avaliar a saúde mental de estudantes de medicina de uma universidade em Curitiba – PR matriculados no primeiro ano do curso em 2018, e correlacionar dados sociodemográficos com a presença de sintomas depressivos. Em junho de 2018 realizou-se um estudo transversal descritivo entre estudantes de medicina matriculados no primeiro ano da faculdade em 2018, utilizando-se um questionário sociodemográfico e o Inventário de Depressão de Beck, anônimos e autoaplicáveis. A participação foi voluntária e todos os entrevistados concordaram com o TCLE. Entre 100 estudantes pesquisados, predominou o sexo feminino (69%), solteiro (76%), que mora com os pais (43%), com média de 19,48 anos. O uso de medicação contínua estava presente em 52% e o uso de drogas atualmente era 10%. O rastreio demonstrou prevalência de sintomas depressivos mínimos ou ausência de depressão (53%); porém, entre os demais, as probabilidades de depressão foram: 38% para leve, 7% para moderada e 2% para grave. Observou-se associação dos mesmos com histórico de uso de drogas (p=0,022), ao número de dependentes da renda familiar (p=0,042), à prática de atividade física (p=0,004) e ao lazer em família (p=0,012). Os dados demonstram que os estudantes de medicina do primeiro ano em 2018 apresentam probabilidade considerável de desenvolverem depressão. Ainda assim, são necessários novos estudos com aumento do tamanho da amostra para aumentar a consistência dos resultados.


Palavras-chave


Depressão; Estudantes de Medicina; Educação Médica.

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