Análise transversal de sintomas depressivos em estudantes de Medicina: prevalência no primeiro ano de graduação
Palavras-chave:
Depressão, Estudantes de Medicina, Educação Médica.Resumo
O meio universitário é provedor de formação pessoal e capacitação do estudante. Experiências vivenciadas no curso, mudanças ideológicas e comportamentos de risco nessa fase da vida vulnerabilizam o indivíduo por exigirem capacidades e habilidades não utilizadas antes. Até hoje a preocupação com a saúde mental dos estudantes está presente dentro das universidades, mas as demandas sociais necessitam de maior assistência psicológica para fins de prevenção de saúde. Este estudo visa avaliar a saúde mental de estudantes de medicina de uma universidade em Curitiba – PR matriculados no primeiro ano do curso em 2018, e correlacionar dados sociodemográficos com a presença de sintomas depressivos. Em junho de 2018 realizou-se um estudo transversal descritivo entre estudantes de medicina matriculados no primeiro ano da faculdade em 2018, utilizando-se um questionário sociodemográfico e o Inventário de Depressão de Beck, anônimos e autoaplicáveis. A participação foi voluntária e todos os entrevistados concordaram com o TCLE. Entre 100 estudantes pesquisados, predominou o sexo feminino (69%), solteiro (76%), que mora com os pais (43%), com média de 19,48 anos. O uso de medicação contínua estava presente em 52% e o uso de drogas atualmente era 10%. O rastreio demonstrou prevalência de sintomas depressivos mínimos ou ausência de depressão (53%); porém, entre os demais, as probabilidades de depressão foram: 38% para leve, 7% para moderada e 2% para grave. Observou-se associação dos mesmos com histórico de uso de drogas (p=0,022), ao número de dependentes da renda familiar (p=0,042), à prática de atividade física (p=0,004) e ao lazer em família (p=0,012). Os dados demonstram que os estudantes de medicina do primeiro ano em 2018 apresentam probabilidade considerável de desenvolverem depressão. Ainda assim, são necessários novos estudos com aumento do tamanho da amostra para aumentar a consistência dos resultados.
Downloads
Referências
Almeida, L. S., & Soares, A. P. (2003). Os estudantes universitários: sucesso escolar e desenvolvimento psicossocial. In: Mercuri, E., & Polydoro, S. A. J. (Orgs.). Estudante universitário: características e experiências de formação. Taubaté: Cabral.
Cerchiari, E. A. N., Caetano, D., & Faccenda, O. (2005). Utilização do Serviço de Saúde Mental em uma universidade publica. Psicologia, Ciência e Profissão, 25(2), 252-265.
Eisenberg, D., Glberstein, E., & Gollust, S. E. (2007). Help-Seeking and Access to Mental Health Care in University Student Population. Medical Care, v.45, n. 7, p. 594-601.
Féres-Carneiro, T.(1992). Família e Saúde Mental. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 8, (supl), 485-493.
Lima, M. P., Domingues, M. S., & Cerqueira, A. T. A. R. (2006). Prevalência e fatores de risco para transtornos mentais comuns entre estudantes de medicina. Revista de Saúde Pública, 1035-1041.
Oliveira, E. N. (2013). Prevalência de sintomas depressivos em estudantes de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Monografia (Curso de Medicina), Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade Federal da Bahia, Salvador.
Osse, C. M. C. (2013). Saúde Mental de Universitários e Serviços de Assistência Estudantil: Estudo Multiaxial em uma Universidade Brasileira. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica), Universidade de Brasília, Brasília.
Pillon, S. C., O'brien, B., & Chavez, K. A. P. (2005). A relação entre o uso de drogas e comportamentos de risco entre universitários brasileiros. Rev. Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 13, p. 1169-1176.
Souza, M. S., Baptista, A. S. D., & Baptista, M. N. (2010). Relação entre suporte familiar, saúde mental e comportamentos de risco em estudantes universitários. ACTA Colombiana de Psicologia, vol. 13, p. 143-154.
Silva, R. R. (2011). O perfil de saúde de estudantes universitários: um estudo sob enfoque da psicologia da saúde. Dissertação de mestrado. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria.
Valillo, N. G., Danzi Júnior, R., Gobbo, R.; Novo, N. F., Hubner, C. V. K. (2011). Prevalência de sintomas depressivos em estudantes de medicina. Rev Bras Clin Med. São Paulo, vol 9, p. 36-41.